3.11.09

Espelho de mim

Ah, mãos suadas que não suporto!
Reflexo tosco do qual não gosto
quando olho no espelho.

Filosofia fútil,
Reflexão sem finalidade.
Porque é que continuo pensando,
Se nunca há verdade,
É tudo um ponto de interrogação?

Consciência que me atormenta,
Impregnada de Ser Eu,
grudada, fundida em minhas entranhas.
Quero fugir!
Chega de existir, cansei de mim!

Ah, mas todo esse sentimento intenso,
Obedece à unica regra a qual pertenço
de sempre me contrariar.

E já sinto saudades...
Quero voltar para minha fantasia.
Mais uma felicidade fugaz, eu sei.
Porém não ligo... gosto de mim!
E não é que admiro
essa face no espelho?!

Ou...!

"O único sentido íntimo das coisas
É elas não terem sentido íntimo nenhum"

Essas poesias que fincam no meu peito,
Se amoldam ao meu molde, e me amoldam.

Me preenchem de verdade e
Quebram minha singularidade
(Eu era original?).

Poesias que encantam essa minha singela alma de receptor

E depois... se tornam inúteis
Não se encaixam mais
Ou sim!
Afinal, para que criar regras
Se há sempre uma exceção?
Ou não!